Leonardo Manzan analisa o impacto da criação do Imposto Seletivo e os riscos de bitributação em conjunto com o ICMS e o IPI. A introdução dessa nova modalidade tributária levanta importantes questionamentos quanto à sobreposição de tributos, especialmente no que diz respeito à competência tributária e ao equilíbrio fiscal. O entendimento das possíveis implicações é essencial para garantir segurança jurídica e evitar conflitos normativos.
A criação do Imposto Seletivo e seu papel no sistema tributário brasileiro
O Imposto Seletivo, conforme destaca Leonardo Manzan, surge como um tributo destinado a incidir sobre produtos específicos, geralmente considerados nocivos à saúde ou ao meio ambiente, como bebidas alcoólicas, cigarros e combustíveis fósseis. Tal imposto visa, além de arrecadar recursos, desestimular o consumo de determinados bens, promovendo políticas públicas voltadas para a saúde e a sustentabilidade. Contudo, sua criação demanda atenção às regras constitucionais e à compatibilidade com tributos já existentes, como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Riscos de bitributação: conflito entre Imposto Seletivo, ICMS e IPI
De acordo com o tributarista Leonardo Manzan, a principal preocupação acerca do Imposto Seletivo está na possibilidade de bitributação, especialmente em relação ao ICMS e ao IPI, tributos já aplicados sobre mercadorias similares. O ICMS é um imposto estadual que incide sobre a circulação de mercadorias e serviços, enquanto o IPI é federal e aplicado na fabricação de produtos industrializados. A sobreposição desses tributos pode resultar em ônus excessivo para os contribuintes, afetando o mercado e a competitividade.
Adicionalmente, o tributarista Leonardo Manzan ressalta que a bitributação pode gerar insegurança jurídica, uma vez que diferentes esferas governamentais podem cobrar tributos sobre a mesma base econômica, criando conflitos administrativos e judiciais. Essa situação requer uma definição clara dos limites e competências de cada imposto para evitar cobranças duplicadas e assegurar o princípio da capacidade contributiva.
Aspectos legais e constitucionais do Imposto Seletivo
Leonardo Manzan destaca que a constitucionalidade do Imposto Seletivo deve ser rigorosamente avaliada para não haver invasão das competências tributárias estaduais e federais. A Constituição Federal prevê a distribuição das competências tributárias entre União, estados e municípios, e o surgimento de um novo imposto seletivo deve respeitar tais limites para evitar litígios.

O tributarista também aponta que o Imposto Seletivo deve observar critérios claros quanto à base de cálculo, fato gerador e contribuintes envolvidos, a fim de garantir transparência e segurança. A ausência de regulamentação adequada pode agravar ainda mais os riscos de bitributação e conflitos com o ICMS e o IPI, tornando o ambiente tributário mais complexo e oneroso.
Consequências econômicas e sociais da bitributação entre Imposto Seletivo, ICMS e IPI
O impacto econômico da bitributação, conforme frisa Leonardo Manzan, pode ser significativo, pois os custos elevados podem ser repassados aos consumidores finais, prejudicando o consumo e a competitividade das empresas. Além disso, a cobrança dupla de tributos sobre produtos essenciais ou amplamente consumidos pode afetar negativamente a arrecadação e a justiça fiscal.
Sob o ponto de vista social, o tributarista Leonardo Manzan elucida que o Imposto Seletivo pode cumprir seu papel regulatório ao desestimular o consumo de bens nocivos, mas isso depende do equilíbrio na carga tributária para evitar distorções e injustiças. Portanto, um planejamento tributário eficiente e harmonizado entre os entes federativos é crucial para maximizar os benefícios da nova tributação sem sobrecarregar o setor produtivo.
Medidas para evitar a bitributação e promover a harmonia tributária
Por fim, Leonardo Manzan destaca que é fundamental a adoção de medidas que previnam a bitributação entre o Imposto Seletivo, ICMS e IPI. Entre as soluções possíveis estão o estabelecimento de acordos entre União e estados, regulamentações claras e a criação de mecanismos de compensação tributária.
O tributarista também aponta a importância do diálogo entre os legisladores e a sociedade para que a implementação do Imposto Seletivo respeite os princípios constitucionais e promova um sistema tributário justo e eficiente. Somente com essa coordenação será possível evitar conflitos, garantir segurança jurídica e preservar o equilíbrio econômico.
Autor: Oleg Volkov