O campo que captura carbono passou a ser uma estratégia concreta de produção para quem enxerga o solo como ativo de longo prazo. Para o empresário Aldo Vendramin, o produtor que regenera a terra ao mesmo tempo, em que colhe ganha dupla vantagem: protege o clima e melhora a rentabilidade. Ao adotar práticas de agricultura regenerativa, a fazenda deixa de apenas emitir e passa também a remover carbono da atmosfera, estocando-o na matéria orgânica do solo e nas plantas perenes que compõem o sistema.
Ao mesmo tempo, o campo que captura carbono responde a uma demanda crescente de mercados, consumidores e financiadores que valorizam cadeias produtivas de baixa emissão. Desvende ainda mais sobre esse assunto na leitura a seguir:
Campo que captura carbono: solo vivo como principal reservatório climático
Campo que captura carbono começa pela recuperação da vida no solo, elemento central da agricultura regenerativa. Quando o produtor investe em matéria orgânica, diversidade de espécies e redução da compactação, cria condições para que micro-organismos, fungos e raízes formem uma rede complexa de armazenamento de carbono. Como alude Aldo Vendramin, solos cobertos o ano inteiro, com plantas de serviço e resíduos de safra, tendem a acumular mais carbono estável.

Nesse contexto, o campo que captura carbono depende menos de revolvimento intenso e mais de manejo cirúrgico. Práticas como plantio direto, uso de plantas de cobertura e rotação bem planejada reduzem a oxidação da matéria orgânica e, portanto, a liberação de CO₂ para a atmosfera. Ao mesmo tempo, o solo ganha maior capacidade de infiltrar e armazenar água, reduzindo erosão e perdas de nutrientes.
Sistemas integrados e diversidade como estratégia produtiva
Campo que captura carbono também se fortalece com sistemas integrados, que combinam lavoura, pecuária e floresta em uma mesma área ao longo do tempo. Essa lógica permite que raízes em diferentes profundidades explorem volumes maiores de solo, elevando o potencial de sequestro e distribuição do carbono. Conforme informa Aldo Vendramin, a presença de árvores, pastagens bem manejadas e culturas anuais em rotação cria um mosaico produtivo mais complexo, que melhora o microclima e reduz áreas expostas.
Além disso, o campo que captura carbono se beneficia da diversidade funcional. Leguminosas que fixam nitrogênio, gramíneas com sistema radicular profundo e espécies perenes formam conjuntos capazes de fornecer cobertura densa e contínua ao solo. Essa diversidade reduz a pressão de pragas e doenças, diminui a necessidade de defensivos e aumenta a ciclagem de nutrientes. Na prática, a fazenda passa a depender menos de insumos externos e torna-se mais eficiente na conversão de energia solar em biomassa.
Métricas, certificações e novas oportunidades de renda
Campo que captura carbono precisa ser mensurável e rastreável para gerar confiança e abrir portas a novos mercados. A adoção de protocolos de monitoramento, uso de imagens de satélite, coletas de solo padronizadas e registros de manejo permite quantificar o carbono estocado e a redução de emissões. Segundo o senhor Aldo Vendramin, esse tipo de dado técnico é fundamental para acessar programas de certificação, linhas de crédito verdes e, em muitos casos, mercados de carbono que remuneram práticas regenerativas.
Com isso, o campo que captura carbono deixa de depender apenas da receita tradicional da safra. Créditos de carbono, prêmios pagos por indústrias ou cooperativas e contratos vinculados a metas ESG criam fontes adicionais de renda para o produtor que comprova sua contribuição climática. A rastreabilidade dos processos, aliada à transparência na comunicação com compradores e consumidores, fortalece a reputação da fazenda e da região.
Campo que captura carbono como visão de futuro para o agronegócio
Portanto, o campo que captura carbono representa uma mudança profunda na forma de enxergar a produção rural. Como demonstra Aldo Vendramin, sistemas regenerativos bem planejados aumentam a matéria orgânica, melhoram a estrutura física, elevam a biodiversidade e ajudam a estabilizar o clima local e global. Ao alinhar produtividade, resiliência e mitigação de emissões, o produtor passa a operar em sintonia com as agendas mais avançadas de sustentabilidade e competitividade internacional.
Autor: Oleg Volkov
