Um estudo recente realizado pela Censuswide, patrocinado pela Rimini Street, revelou uma realidade preocupante para empresas de médio e grande porte ao redor do mundo. Dos 2.937 CFOs (Diretores Financeiros) e CIOs (Diretores de Tecnologia) entrevistados, apenas 20% estão satisfeitos com os resultados dos investimentos em tecnologia. Este dado reflete um descompasso significativo entre as expectativas e a realidade das inovações tecnológicas nas corporações.
A pesquisa, intitulada “C-suite Imperatives: Evolving IT and Enterprise Investments”, foi conduzida entre março e abril de 2024 e envolveu participantes de setores como manufatura, varejo, telecomunicações, energia, serviços públicos e financeiros. Entre os desafios mais críticos identificados, destaca-se a divisão de projetos e orçamentos entre os líderes de Finanças e TI. Apesar dessas dificuldades, a colaboração entre CFOs e CIOs tem se fortalecido devido a objetivos compartilhados, como a implementação de medidas de segurança robustas e a necessidade de decisões tecnológicas ágeis.
O estudo evidencia que apenas 20% dos CFOs estão satisfeitos com o impacto da tecnologia em seus negócios. Este baixo índice de satisfação pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo o alto custo inicial dos projetos de TI e a percepção de baixo valor agregado, especialmente em iniciativas de atualização e migração de ERP (Planejamento de Recursos Empresariais), que foram mencionadas por apenas 23% dos entrevistados como entregando valor significativo.
Enquanto os CFOs priorizam o ROI (Retorno sobre Investimento) e o impacto direto no negócio, os CIOs buscam incorporar tecnologias emergentes para aumentar a agilidade, produtividade e eficiência, além de reduzir riscos. A pesquisa revela que há um interesse crescente entre os executivos financeiros em aumentar os orçamentos de TI, mas essa disposição está condicionada à garantia de retorno financeiro e valor tangível para a empresa.
Os custos crescentes de TI representam um desafio significativo para os CIOs, com investimentos em tecnologias emergentes (44%), SaaS (Software como Serviço) e outros serviços em nuvem (42%), além da terceirização do suporte a aplicativos (36%). A segurança, entretanto, permanece uma prioridade crítica para ambos os lados, influenciando fortemente as decisões de investimento em TI.
Uma tendência notável identificada na pesquisa é a transição crescente para o modelo de assinatura. No entanto, 58% dos entrevistados relataram enfrentar custos iniciais elevados, o que tem impactado negativamente suas operações. Apesar disso, há um interesse considerável em modelos híbridos que combinam elementos tradicionais e de assinatura para balancear os custos e benefícios.
A pesquisa indica que os CFOs estão mais envolvidos nas decisões de TI do que nunca, refletindo uma mudança na dinâmica organizacional onde a tecnologia se torna um componente central para a estratégia de negócios. A necessidade de iniciativas que gerem receita e projetos focados no cliente e na segurança são áreas de investimento prioritárias.
Por fim, o estudo destaca a importância de um alinhamento estratégico entre as áreas de Finanças e TI para maximizar o valor dos investimentos em tecnologia. A colaboração entre CFOs e CIOs é essencial para superar os desafios atuais e garantir que as inovações tecnológicas realmente impulsionem o crescimento e a eficiência das empresas.